13 de março de 2008

BBB - "Não porque o programa é ruim. Mas porque o programa não é nada."

Quer saber o que eu acho do BBB? Veja aqui.
Marcelo Tas espelhou meus sinceros sentimentos a respeito do assunto.
Não, eu também não assisto.
Sim, sinto vergonha quando vejo o programa ainda que por poucos segundos.
Como bem disse o Marcelo Tas, aquilo não é nada.

11 de março de 2008

Sobre o texto do Ubaldo. E sobre vacinas, especialmente.

Três homens conversando em um bar. O próprio Ubaldo, um médico e um senhor. Este último pintado como levemente insano, e intrometido na conversa dos dois primeiros. Digo que o senhor intrometido é o mais lúcido daquela conversa. O médico? Postura tradicional, nada de mais, tudo de menos. Confiante na medicina e, pior ainda, nos meios por ela utilizados (lê-se, no caso, vacinas). O Ubaldo? Caiu de pára-quedas na conversa e, com todo o respeito, antes de duvidar das idéias do senhor poderia ter se informado melhor sobre o assunto, e assim fazer um favor à sociedade. Sim, pois as vacinas não merecem toda a consideração que carregam. Vou citar aqui alguns pontos sérios a respeito do tema, brevemente, pois o assunto é vasto e profundo.
O médico do texto disse que não morreu velho nenhum por causa da vacina. Mentira. Morreram sim. E, tenho certeza, muito mais dos foram noticiados. Sim, pois as pessoas, infelizmente, por confiarem nas vacinas e nas campanhas do governo, dificilmente relacionam a morte com a recente dose de vacina ingerida. E, no caso dos idosos, a relação fica ainda mais longe, uma vez suas mortes ainda podem ser consideradas como decorrentes de suas idades avançadas. Lamentável.
Mas as consequências da vacinação não são suportadas só pelos velhos. Muitos bebês, especialmente, morrem em decorrência de vacinas. Hoje em dia, os bebês são bombardeados com doses absurdas dos mais variados tipos de vacinas, desde o primeiro dia de vida. Os pais nem sequer questionam, simplesmente aceitam. Aceitam as reações, os choros incessantes, acreditando que estão fazendo o melhor para seus filhos. E quando ocorre alguma conseqüência mais séria, como seqüelas graves, autismo, ou até a morte, sequer consideram a relação de tais enfermidades com as vacinas recentemente consumidas. Eles não têm culpa, ao menos não completamente. Nunca foi dito a eles que a vacinação poderia acarretar sérias conseqüências às vidas de seus filhos. Muito pelo contrário. Mas muitos pais já perceberam, e lutam contra tais práticas na esperança de alertar o maior número possível de pessoas, para que mais crianças e pais não sofram como eles sofreram. Seus relatos estão espalhados pela internet.
As estatísticas governamentais publicadas sobre as vacinas são falaciosas. Não há estudo comparativo entre dois grupos sociais, um vacinado e outro não vacinado. Todos os estudos publicados sobre o tema são baseados em estatísticas baseadas apenas em grupos vacinados. Portanto, não há base para comparação, não há como afirmar que a alegada queda dos índices de determinas doenças ocorreu por conta da vacinação. Muitos estudiosos do assunto sustentam que as doenças têm um ciclo próprio de infestação, de forma que é natural um pico de infestação em determinada fase, seguido por uma queda relativamente brusca, podendo chegar em um nível quase zero de novas ocorrências. Repito, isso acontece naturalmente, independente da manipulação de vacinas. Ocorre que muitas campanhas de vacinação ou novas vacinas são lançadas justamente no ápice da infestação da doença, e a queda posterior é atribuída à vacinação. Mas ocorre que a queda posterior ocorreria mesmo sem a administração da vacina. É justamente este estudo comparativo que não existe, ou nunca foi divulgado.
Substâncias altamente prejudiciais à saúde são utilizadas na composição das vacinas, entre as quais podemos citar mercúrio, alumínio e formaldeído. No corpo pequeno e frágil de um recém-nascido tais substâncias são potencialmente danosas. Em alguns países estrangeiros, o governo proibiu a inclusão de certas substâncias nas vacinas.
Mas se a vacinação não é tão benéfica quanto acreditamos, por qual razão o governo continua a promovê-las? E os médicos, por qual razão continuam a indicá-las? Dinheiro e desinformação. A indústria farmacêutica, que está entre as mais ricas do mundo, é manipuladora de todo tipo de informação, chegando ao ponto de comprar pesquisas, inventar remédios desnecessários, ocultar os possíveis danos de muitas medicações. A grande maioria dos médicos não recebem tais informações, ou não acreditam nelas, acreditam sim na medicina alopática tradicional. Sem contar que muitos são patrocinados pelos laboratórios e, em troca, indicam suas vacinas. Outros tantos são donos de clínicas de vacinação, cobram fortunas por vacinas desnecessárias, e (pasmem!) muitos não dão aos seus próprios filhos toda a quantidade de vacinas que receitam.
E a sociedade? Engole tudo, com um comprimido na garganta e dois goles de água.
Como bem disse o senhor do texto do Ubaldo, “eles são capazes de tudo”. Concordo. Tudo e muito mais. Já assistiram o filme “O Jardineiro Fiel”?
Existem muitos outras informações importantes a respeito do tema, mas hoje vou parando por aqui. Quem quiser conhecer mais sobre o assunto, ainda que seja para discordar, indico, para começar, o site: http://www.taps.org.br/Paginas/Index.html .
Finalizo com um frase da Sônia Hirsh, para reflexão: "a saúde é subversiva porque não dá lucro a ninguém".

ARTIGO: Viroses da Vida - João Ubaldo Ribeiro

'Eu não me vacino, o otário vai no posto,
toma vacina, tem um treco
e abotoa o paletó rapidinho'
"Há os maldosos que dizem que eu deveria sempre encerrar esta coluna com a frase 'desculpem qualquer coisa'. Assistir-lhes-á, talvez, razão, como essa mesóclise aí poderá corroborar. Mas começar com 'desculpem qualquer coisa' nunca me havia ocorrido até hoje, como está acontecendo agora. Bem verdade que posso gabar-me em mais uma vez ingressar na Galeria dos Heróis Desconhecidos do Jornalismo, informando que, no momento, me encontro acometido de crudelíssima virose e obrigado a violentar o corpo mole, a mente rateante e a vontade de cair na cama para não deixar de cumprir o dever profissional. Mas o leitor não tem nada com isso e, virose ou não virose, é seu direito encontrar no mesmo lugar a coluna que espera, nem que seja para amassá-la como todo domingo, ou novamente declarar no boteco que não vai perder tempo em ler porcaria. O dever do jornalista é multifacetado e até essas pequenas alegrias ele deve, quando pode, proporcionar sem ver a quem, em mundo tão eivado de tragédias e assombrações. Não, não compareci a nenhum consultório médico para saber que estou com uma virose. Embora para sempre enredado pela invencível malha médica, tenho procurado seguir, na medida do possível, o conselho que um de seus próprios membros me deu. Era como ele mesmo agia. 'Quando seu médico disser que quer ver você', ensinou ele, 'pegue uma fotografia boa e mande para ele. Hoje em dia, com as câmeras digitais, é moleza. Se ele for do tipo meticuloso, você pode até mandar uma foto diferente todo dia.' É verdade, a informática revolucionou a medicina de mil maneiras, até com essa conquista para mim espetacular. Virose é uma enfermidade produzida por vírus, explica o dicionário. Diz, porém, a nossa experiência que virose é qualquer condição orgânica que nos incomoda e cuja origem o médico não consegue encontrar. Sentimos um mal-estar mais ou menos persistente, vamos ao médico. Ele então nos aplica a medicina moderna, que consiste em nos enviar para a Nasa, ou seja, a um número aparentemente infinito e crescentemente especializado de laboratórios e clínicas, para fazermos exames de nomes extraterrestres. Vamos aos laboratórios, somos submetidos a toda sorte de sevícias e humilhações (entre as quais avulta referirem-se no diminutivo a todas as partes do nosso corpo, inclusive as nossas vergonhas, o que, ao menos no caso dos homens, pode ser ofensivo ou mesmo traumático) e ao médico voltamos, geralmente sem estar sentindo mais nada. Ele folheia os laudos em cinco segundos, pronuncia-nos em excelente condição para nossa idade e nos comunica que fomos vítimas de uma virose. Ouvimos a habitual admonição quanto ao nosso colesterol, somos polidamente descritos como glutões grosseiros e faltos de caráter e voltamos para a mesma vida besta de sempre, só que com o currículo enriquecido com mais 18 picadas, uma tomografia, uma ressonância magnética, uma endoscopia e talvez dezenas de outras experiências que o pudor e o auto-respeito mandam tentar esquecer.Mas minha virose, desta vez, foi diagnosticada no boteco mesmo, por um dos muitos médicos que o freqüentam. Ele me deu uma aulazinha sobre o assunto e me perguntou se me vacino periodicamente contra gripe, como aconselha minha condição de idoso e minha aparente suscetibilidade a viroses. Respondi que sim, resignei-me, mudamos de assunto. E tudo, com exceção da virose, desapareceria ali mesmo, se não tivesse surgido um inesperado debate, partido de um senhor que estava sentado a uma mesa próxima da nossa. Desculpou-se por se meter na conversa e fazia questão de ressalvar que não iria manifestar falta de confiança no médico que falara, mas 'neles'. Não ficou bem claro quem são 'eles' e aí deixo com vocês a identificação, reproduzo somente os brados.
- Eu não me vacino! Eles são capazes de tudo! Eu tenho um grupo de estudos que já chegou à conclusão de que eles querem é resolver o déficit da Previdência! E a melhor maneira é botando um negócio na vacina dos velhos! Há dezenas e dezenas de opções ao alcance deles! O velho otário vai lá no posto, toma a vacina e aí tem um treco e abotoa o paletó rapidinho! Aqui pra eles, nenhum de nós toma a vacina!
- Não, desculpe, isso não é verdade. O senhor tem visto as campanhas todos os anos e não morreu velho nenhum por causa da vacina.
- Por enquanto! Isso é até o pessoal pegar confiança. Aí, quando menos se esperar - créu! - não vai sobrar um velho, pode escrever. E aí eles abrem uma CPI, falam pra cacete e o resultado vai ser criarem um imposto sobre o dinheiro que os velhos deixarem e vai aparecer uma Operação Matusalém para pegar a quadrilha que quer tomar o dinheiro deixado pelos velhos e...
- Não, desculpe outra vez, o senhor deve estar brincando, isso é completamente implausível.
- Implausível? Implausível? Onde é que o senhor mora, tem alguma coisa implausível aqui? No dia em que alguma sacanagem for implausível no Brasil, é porque é implausível no Universo, só assim! Aqui não tem nada de implausível, nem impossível! Eu não tomo essa vacina, não tem quem me faça! Eu tenho é 76 anos desta merda e já vi tudo acontecer aqui, não tem quem me faça tomar vacina deles, nem pra frieira do dedão! Eles é que procurem armar outra, porque pra mim essa não cola!
Lamentável desconfiança, triste sinal dos tempos. Claro que vou continuar a tomar a vacina. Só que, da próxima vez, já mais para perto do fim da campanha, para ver o que aconteceu no começo."
Texto de João Ubaldo Ribeiro
Publicado no jornal O Estado de São Paulo, em 09/03/08.